Conheça os reais prejuízos causados pelo alcoolismo

Last Updated on 20 de outubro de 2021 by Diego Tinoco

Conheça os reais prejuízos causados pelo alcoolismo

problemas do alcoolismo

Doença apresenta graves consequências clínicas e causa problemas familiares

Quais os prejuízos do alcoolismo?

Apesar do consumo de álcool fazer parte da cultura da maioria dos países mundo afora, ele pode, muitas vezes, causar dependência e trazer sérios danos a vida de uma pessoa. O vício, que nem sempre é fácil de ser diagnosticado, consiste em uma doença chamada “Dependência de Álcool”, que é popularmente chamada de alcoolismo. O distúrbio, além de trazer malefícios a saúde física e mental de um paciente, também pode causar transtornos familiares graves.

Diagnóstico e sintomas do alcoolismo

O primeiro ponto a ser considerado é o diagnóstico da doença. Muitas vezes, o paciente custa a admitir que tem um problema e diz que bebe quando e porque quer. Por isso, é preciso identificar se a ingestão de álcool acontece em quantidades muito elevadas e em períodos muito constantes. Além disso, mesmo com a negação, as pessoas que sofrem de alcoolismo tendem a fazer esforços mal sucedidos para não ingerir álcool, o que acaba gerando uma enorme frustração.

É bom lembrar também que mesmo quando o consumo de bebidas é excessivo, mas acontece em períodos mais espaçados, ou só em épocas específicas do ano, não deve ser constatada a dependência alcoólica, mas sim um abuso de álcool (que também causa prejuízos a saúde). Isso porque, diferente dos casos citados acima, o paciente de dependência ao álcool já tem um grande espaço de sua vida ocupado pelo álcool, o que lhe traz constantes problemas pessoais, como brigas com a família e prejuízos irreparáveis na vida profissional.

Outro sintoma a ser destacado é a compulsão causada pela vontade de beber. Muitas vezes, depois de já ter sofrido inúmeros danos, o paciente ingere o álcool mesmo sabendo que está se prejudicando e, provavelmente, fazendo mal às pessoas que o amam e a si mesmo. Além disso, conforme a doença vai piorando, a resistência da pessoa a essas substâncias químicas vai aumentando, de modo que se torna necessário consumir mais álcool para alcançar o efeito desejado, até que comprometa a saúde de forma significativa e poucas doses já podem alcançar o efeito desejado.

Consequências físicas

Entre as consequências físicas consideradas “leves” causadas pela doença, destacam-se: tremores constantes, insônia, suor em excesso, náuseas, vômitos e agitação psicomotora. Essas sensações são proporcionadas pela abstinência, que assim como em casos de dependência de outras drogas, é o principal fator clínico a ser considerado. Ela é a responsável por causar um mal estar que, teoricamente, só é aliviado depois da ingestão da bebida alcoólica ou após medicamentos ou após um período maior sem usar.

Além dos sintomas citados acima, o álcool pode trazer, até mesmo para quem não é dependente, sérios riscos a saúde. A cirrose, uma das doenças mais relacionadas ao alcoolismo, é um desses exemplos, assim como a hepatite alcoólica. As duas tem como causa principal a infiltração de gordura no fígado, que muitas vezes pode ser provocado pelo consumo de álcool em excesso. Outros órgãos também podem ser afetados, como o cérebro e o aparelho digestivo. Tais consequências já são mais graves e podem levar a morte.

 

Danos pessoais e familiares

 

É muito comum ouvir dizer que o álcool, assim como outras drogas, é responsável por destruir não só vidas, mas também famílias e carreiras. Muitas vezes essa afirmação está correta e, geralmente, isso acontece na segunda fase do alcoolismo, que é quando a dependência começa a gerar transtornos maiores, como acidentes de trânsito, violência doméstica – seja física ou verbal – e decadência na jornada profissional. Com isso, a relação familiar, assim como a preocupação com a própria integridade física, vai embora aos poucos.

Tratamento

 

O primeiro passo na busca pelo tratamento é buscar um diagnóstico clínico exato sobre a doença que o paciente sofre. Isso porque, muitas vezes, a doença aparenta ser igual na maioria dos casos, mas ela muda drasticamente de uma pessoa para a outra e, por isso, cada uma deve ser tratada de uma forma. Também é necessário verificar se o indivíduo sofre de outro transtorno, como ansiedade ou depressão. Fora isso, o ideal é buscar ajuda médica de um psiquiatra e psicólogo e seguir as recomendações desses profissionais.

Não é vergonha pedir ajuda de um familiar ou de profissional. Precisamos de incentivar a busca pelo ajuda constante. Nós, seres humanos, estamos sempre precisando de ajuda do outro, independente da nossa idade, sexo ou doença que nos acomete. Procure ajuda.

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Diego Tinoco

Diego Tinoco é cidadão brasileiro. Nasceu em Curvelo-MG e atualmente reside em Belo Horizonte. É médico, psiquiatra pelo Hospital das Clínicas da UFMG, pós graduado em saúde da família pela UFMG. Nesse site você encontra opiniões do cidadão sobre a vida e o mundo.

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