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Sintomas de um relacionamento abusivo

Last Updated on 3 de março de 2022 by Diego Tinoco

Os relacionamentos abusivos são relações onde se cria um vínculo afetivo entre a vítima e a pessoa agressora. As relações amorosas costumam ser maioria em estudos sobre relacionamentos tóxicos. No entanto, é preciso lembrar que isso também pode ocorrer com relacionamentos familiares e até mesmo entre amigos.

Aumento de casos de violência doméstica durante a pandemia

Os dados de violência contra as mulheres se tornaram ainda mais preocupantes durante o período de isolamento social em decorrência do Coronavírus. Segundo a Organização Mundial de Saúde Mulheres (OMS), 243 milhões de mulheres sofreram violência física, sexual ou psicológica por um parceiro íntimo, em todo o mundo. O Brasil já era o 5.º país no ranking do feminicídio e os números aumentaram em 50% durante a pandemia. Com toda a certeza, os relacionamentos abusivos não são nenhuma novidade. Ainda mais, quando as rotinas passaram a ser vividas com mais intensidade em confinamento. No entanto, muitas mulheres insistem na relação. Muitas vezes, por medo dos questionamentos e julgamentos sociais. Por isso, é importante identificar quando o relacionamento está se tornando ou já é abusivo e tomar as devidas providências.

Como identificar um relacionamento abusivo?

Normalmente, quando há agressão, seja ela psicológica, física ou sexual, há um relacionamento abusivo. Entretanto, desde 22 de setembro de 2006, existe a Lei n.º 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha. Este regimento surgiu e foi nomeado devido a um caso onde uma mulher foi vítima de violência doméstica e acabou ficando com sequelas por toda a vida. Contudo, esta lei não protege as mulheres apenas contra a agressão cometida por parceiros íntimos, como também em casos de violência intrafamiliar. Antes de mais nada, é importante identificar quando mudanças de comportamento, especialmente aquelas em que o abusador se arrepende e promete não repetir, podem resultar em violência. A seguir, vamos falar sobre alguns sintomas de um relacionamento abusivo que, ao serem identificados, devem ser mitigados antes das possíveis consequências.

Excesso de ciúmes e controle

A violência psicológica é um dos sinais de um relacionamento abusivo. Em outras palavras, ter o controle sobre as decisões da pessoa com quem se relaciona não é saudável. Isso significa escolher as roupas do outro, as atividades que pode ou não pode realizar e as pessoas com quem deve se relacionar. Muitas vezes, o ciúme é usado como justificativa para esse tipo de comportamento. Inegavelmente, o ciúme é um sentimento válido, porém quando passa a interferir na vida do casal de maneira nociva, deve ser reavaliado. É importante ressaltar que os relacionamentos abusivos não são exclusividade das mulheres. Apesar de 80% dos casos acontecerem com a mulher em posição de vítima, há também situações em que ela se torna abusadora.

Isolamento de familiares e amigos

Outra característica de um relacionamento abusivo é afastar seu parceiro ou parceira do seu círculo de relacionamento. Só para exemplificar, frases como “sua amiga te influencia negativamente”, ou “seu amigo dá em cima de você”, podem apontar para um comportamento abusivo. São maneiras sutis de afastar a pessoa de seu círculo social para que ela concentre todas as suas necessidades no relacionamento amoroso. Deste modo, afastar a pessoa de seu círculo familiar pode ser uma forma de gerar dependência emocional, social e financeira da parceira. O relacionamento com amigos e familiares deve ser mantido e fortalecido. Contudo, quando se vive um relacionamento abusivo, a pessoa controladora vê nesses encontros uma fragilidade para seu domínio e manipulação completa.

Competição e Falta de apoio

Nesta situação, a pessoa que é abusiva tenta diminuir as conquistas do outro para manter seu domínio e sensação de superioridade na relação. Para isso, utiliza vários artifícios como expor seu parceiro ou parceira em público, desmerecer seu discurso ou até mesmo interferir na autoestima do outro. A falta de apoio em projetos que indicam crescimento, seja pessoal, seja profissional, também é uma maneira de manter a outra pessoa sob seu domínio. Portanto, se seu parceiro não te apoia em seus sonhos, não te estimula a ser alguém melhor e só te diminui na frente de outras pessoas, dobre as atenções para seu relacionamento.

Manipulação emocional

Em virtude de suas vontades, a pessoa abusiva joga a responsabilidade por qualquer acontecimento em cima do outro, gerando um sentimento de culpa. Assim, a pessoa se sente mal consigo mesma, reconhece o erro mesmo quando ele não existe e passa a se colocar em posição de submissão. Esses jogos emocionais servem para demonstrar uma relação de poder. O afastamento, o silêncio, a privação de sexo ou de intimidade são comportamentos da pessoa abusadora para controlar o outro, de maneira a conseguir aquilo que deseja.

Violência física, psicológica ou sexual

Sem dúvida, esta é a pior manifestação de abuso dentro de uma relação. As diversas formas de violência podem culminar em homicídio e por isso não devem ser toleradas. A violência moral inclui calúnia, injúria e difamação. Já a violência patrimonial acontece quando há diminuição, contenção ou apoderamento dos bens da outra pessoa. Pode não ser tão fácil identificar algumas situações de violência, pois a pessoa agressora costuma incriminar a vítima, mudando o contexto dos acontecimentos. Consequentemente, quem sofre a violência acaba lidando com danos à sua saúde mental muitas vezes irreversíveis. Em casos de violência contra a mulher, não hesite em ligar para 180, Central de Atendimento à Mulher. Trata-se de uma escuta qualificada para acolher mulheres em situação de violência, orientando sobre os caminhos para denúncia e órgãos competentes. Além disso, o serviço oferece informações sobre os direitos da mulher, bem como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada situação. As ajudas psiquiátrica e psicológica são recursos fundamentais para a recomposição da saúde mental das pessoas envolvidas em um relacionamento abusivo. Mas também podem ser utilizadas de maneira educativa para compreender e identificar uma relação tóxica antes que seja tarde demais.

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Diego Tinoco e Lidia Dourado

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