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Por que milhões de pessoa tem ansiedade?

Last Updated on 20 de outubro de 2021 by Diego Tinoco

Por que milhões de pessoa tem ansiedade?

Diversos estudos foram realizados ao redor do mundo com o intuito de mensurar dados sobre os transtornos de ansiedade e sua prevalência na população.

Um dos estudos mais recentes conduzidos nos Estados Unidos, pelo National Comorbity Survey-Replication (NCS-R), indica que 29% das pessoas irão desenvolver em algum momento de sua vida algum tipo de transtorno de ansiedade.

No Brasil, existe uma carência de dados epidemiológicos sobre o perfil de morbidade psiquiátrica da população, no entanto, o Estudo Multicêntrico Brasileiro de Morbidade Psiquiátrica (EBM) aponta que, nas principais capitais do país existe uma prevalência de transtornos de ansiedade em torno de 12%. Esse mesmo estudo ainda aponta que ansiedade e fobia são os maiores problemas de saúde mental da população brasileira.

Qual a definição de Transtorno de Ansiedade?

Ansiedade é um mecanismo comum do ser humano, que se apresenta em situações que podem gerar dúvida, medo ou alguma expectativa muito grande sobre alguma coisa.

No entanto, quando isso persiste e começa a interferir no seu dia a dia, a ansiedade deixa de ser algo normal e se torna patológico e pode gerar sérios problemas para sua saúde.

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), o Transtorno de Ansiedade é definido como um estado de intensa preocupação que pode atingir inúmeras atividades do seu dia a dia. Por vezes, pode ser considerado crônico quando essa condição afeta a maior parte do seu dia por um período de 6 meses.

Quais são os sinais e sintomas ansiosos?

Existem diversos tipos diferentes de Transtornos de Ansiedade, porém, esses se enquadram em algumas características gerais que podem ser subdivididas em características físicas e psíquicas, veja abaixo:

SINTOMAS FÍSICOS SINTOMAS PSÍQUICOS
Sensação de batimentos cardíacos acelerados (palpitação); Inquietação, desconforto com alguma coisa (apreensão);
Musculatura tensionada, corpo rígido; Sensação de que vai morrer a qualquer momento;
Dores na região do tórax (próximo ao coração); Sensação de estresse intensa;
Vontade comer excessiva; Medo de sentir medo;
Desconforto gástrico, pode ter diarreia; Ausência de paciência, bastante irritado;
Tremores nas mãos; Dificuldade para dormir e manter o sono;
Respiração dificultada (falta de ar); Sensação de que a qualquer momento vai “explodir” (raiva).

Quais são os fatores de risco?

Assim como os sinais e sintomas, os fatores de risco se dividem entre os tipos de transtorno, porém, existem fatores que podem agrupar-se de um modo geral as principais características que podem gerar o desenvolvimento dessa condição, elas se dividem em três principais:

1. Fatores Temperamentais: está associado a esses fatores, pessoas que possuem uma certa inibição comportamental, sentimentos negativos e tendências a procurarem evitar danos;

2. Fatores Ambientais: é difícil afirmar com certeza de que características ambientais podem gerar tal condição, mas em diversos casos de ansiedade, nota-se relação com superproteção na infância e outras adversidades.

3. Fatores Genéticos e Fisiológicos: 75% do risco de você apresentar transtorno de ansiedade é derivado de condições genéticas (passado de família para família).

 

Afinal, como saber o que é normal e o que não é?

É necessário que você saiba que todos nós em algum momento de nossas vidas iremos apresentar comportamentos variados, afinal, cada um de nós temos nossas particularidades. A vida é recheada de eventos baixos e altos, e nisso vários sentimentos estão envolvidos.

O que faz com que esse momento seja caracterizado como patológico, é quando essas emoções começam a atrapalhar sua vida, de modo que cause sofrimento (ansiedade, estresse, etc.) e passem a ocupar a maior parte da sua vida e impede de desfrutar de outras situações prazerosas.

Tratamento

Para que o tratamento do Transtorno de Ansiedade seja feito, é importante ficar atento para os sinais que foram descritos ao longo do artigo. É fundamental que seja feito o quanto antes para evitar problemas maiores.

Lembre-se, procure sempre orientações médicas quanto aos tratamentos, nunca faça uso de medicação sem autorização médica, isso pode piorar sua condição. Procure sempre equipe multidisciplinar, formadas por profissionais capacitados que irão te ajudar de acordo com cada especialidade.

O tratamento é feito com a associação de mudanças no estilo de vida e medicações.

O tratamento medicamentoso é muito importante para reduzir os casos de ansiedade, de modo que existem dois tipos principais, os para uso instantâneo (calmantes, tranquilizantes) e outros que devem ser usados continuamente, ou seja, são utilizados para o  tratamento e prevenção, sendo que o uso dessa última medicação é feito com no mínimo 6 meses.

 

Algumas dicas importantes para que você possa buscar controlar melhor sua ansiedade

  1. A prática de atividade física é bastante importante, auxilia na sua saúde física e mental;
  2. É necessário que você tenha uma alimentação balanceada, evitando sempre bebidas estimulantes e o consumo de álcool;
  3. Procure fazer coisas que te deixam mais relaxado;
  4. Fazer psicoterapia pode ser fazer decisivo de melhora
  5. Modificações nos hábitos de vida são benéficos, mas você não pode esquecer de fazer uso da medicação caso indicado para o médico, seja para melhorar uma crise, ou para preveni-las.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Associação Americana de Psiquiatria. (2013). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (5 ed.). Arlington, VA:. American Psychiatric Publishing.

VIANNA, Renata Barbosa; CAMPOS, Angela Alfano; LANDEIRA FERNANDEZ, Jesus. Histórico, diagnóstico e epidemiologia da ansiedade infanto-juvenil. Rev. bras.ter. cogn., Rio de Janeiro, v. 6, n. 2, p. 37-57, dez.  2010. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180856872010000200003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 27 nov.  2016.

MUNARETTI, Cristina Lunardi; TERRA, Mauro Barbosa. Transtornos de ansiedade: um estudo de prevalência e comorbidade com tabagismo em um ambulatório de psiquiatria. J. bras. psiquiatr., Rio de Janeiro, v. 56, n. 2, p. 108-115, 2007. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852007000200006&lng=en&nrm=iso>. Access on 27 nov.  2016.  http://dx.doi.org/10.1590/S0047-20852007000200006.

CASTILLO, Ana Regina GL et al. Transtornos de ansiedade. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 22, supl. 2, p. 20-23, Dec.  2000.   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462000000600006&lng=en&nrm=iso>. Access on 27 nov.  2016.  http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462000000600006.

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Diego Tinoco

Diego Tinoco

Diego Tinoco é cidadão brasileiro. Nasceu em Curvelo-MG e atualmente reside em Belo Horizonte. É médico, psiquiatra pelo Hospital das Clínicas da UFMG, pós graduado em saúde da família pela UFMG. Nesse site você encontra opiniões do cidadão sobre a vida e o mundo.

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