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Como a família deve lidar com um dependente químico?

Last Updated on 17 de fevereiro de 2022 by Diego Tinoco

 Como a família deve lidar com um

dependente químico?

Ter um dependente químico na família pode ser um trabalho de Hércules. Além da dor de ver a pessoa se prejudicando continuamente, é preciso lidar com as mentiras, com o medo frequente de ela se enfiar em confusões, algumas vezes com o roubo de objetos pessoais. Não raro, a vida se torna um eterno estado de vigília e os parentes ficam o tempo todo esperando o novo problema que o usuário pode trazer.

Para muitos, o caminho mais fácil de acabar com o distúrbio na paz familiar é se afastar do usuário de drogas ou brigar com ele, para que interrompa o uso imediatamente. Porém, nesse momento, o que eles mais precisam é de compreensão e de apoio.

Veja dois curtos vídeos sobre como a família deve lidar com um dependente químico:

Ajudando o dependente químico

Em vez de confrontar o usuário, tornando a convivência familiar instável, a melhor maneira de abordar o uso de drogas é por meio do diálogo. Tentar entender o que levou a pessoa a usar substâncias entorpecentes e buscar ajuda para resolver esses problemas pode ajudar com que ela interrompa o uso.

Além disso, afastar o parente do ambiente familiar também pode ser um tiro que sai pela culatra. Um dos diversos motivos que podem levar alguém a usar drogas é a falta de capacidade de conexão, uma espécie de carência que faz com que ela se sinta afastada do mundo. Ao ser isolado, o indivíduo tende a fazer uso mais intenso da droga, se afundando ainda mais nesse submundo.

Posicionando-se perante o problema

Mesmo nos casos em que o usuário não reconhece o vício, a família precisa demonstrar que é contra o uso dos entorpecentes e se disponibilizar a apoiar uma busca por ajuda. Relembrar que ele tem uma doença que precisa ser tratada é um caminho, mas não deve ser feito de maneira agressiva.

Além disso, é preciso que a família esteja consciente de que ela não é a causa do vício. Para isso, existem os três Cs dos familiares dos dependentes químicos, que dizem:

  1. Eu não causei isto;
  2. Eu não posso curar isto;
  3. Eu não posso controlar isso.
  4.  

Ter esses três ensinamentos em mente torna mais fácil manter uma posição firme de combate às drogas em casa, não assumir as responsabilidades e, principalmente, evitar a codependência.

O que é a codependência e como evitá-la?

A codependência é a colaboração com o vício de outra pessoa, que pode ser feita de maneira inconsciente. Em alguns casos, o viciado em drogas tem na família, pelo menos um parente codependente. Nesse caso, ele não toma iniciativas para interromper o uso das substâncias e acaba sofrendo com as consequências dele junto com o usuário.

Muitas vezes, os familiares pagam as dívidas dos dependentes, aluguel, fiança para retirá-los da prisão e até continuam dando dinheiro para pessoa, o que incentiva, mesmo que indiretamente, a própria dependência química. Isso pode solucionar os problemas rapidamente, mas não tiram o usuário do vício, que é a única coisa que podem evitar novos transtornos.

Buscando ajuda

Quem tem um familiar que usa drogas também precisa de apoio e de tratamento para conseguir passar por esse desafio reduzindo o sofrimento. Para isso, os grupos dos familiares de usuários são um bom caminho para encontrar forças e para pensar em estratégias para lidar com a situação.

Com ajuda, pode ser que o dependente químico aceite passar por tratamento para se livrar das drogas. Esse também é um processo que exige bastante compreensão e paciência da família. O Auxilio de um psicólogo ou um psiquiatra pode auxiliar nesse processo.

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Diego Tinoco

Diego Tinoco

Diego Tinoco é cidadão brasileiro. Nasceu em Curvelo-MG e atualmente reside em Belo Horizonte. É médico, psiquiatra pelo Hospital das Clínicas da UFMG, pós graduado em saúde da família pela UFMG. Nesse site você encontra opiniões do cidadão sobre a vida e o mundo.

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